sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quem sou eu

Já sonhei voando alto. Fui até o céu.
Me imaginava entre as estrelas, dormindo nas nuvens, confortavelmente.
Sempre soube que pra chegar lá, precisava aprender a bater certo as asas.
Comecei cedo, fiz planos, dominei a arte de conquistar os espaços, adquiri a experiência.
Percebi, finalmente, que o meu lugar era aqui, com os pés firmes no chão.
Nesta terra, andei descalça, pisei em pedras pontiagudas, brinquei, sorri, criei expectativas comuns.
Quis amar, amei; odiar, odiei; perdoar, perdoei e muitas vezes chorar e portanto, chorei.
O Meu coração embrutecido pela dor quase morreu.
Mas, um súbito suspiro de esperança manteve esse mestre pulsando.
E a bondade que sempre cobriu minha alma se manteve firme.
Não tenho raiva, nem mágoa, ainda me emociono com a simplicidade.
Aprendi a me revoltar em silêncio. As pessoas não entendem a dor alheia.
Tenho poucas expectativas, não sei mais o significado do vôo.
O peso deste plano não me deixa mais sonhar com as nuvens.
Vivo um dia de cada vez. Quero sumir mais não posso.
Eu sou aquela a qual restou apenas, o agir em prol da sobrevivência. E por isso mesmo, não tenho medo.

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