Ando imensamente triste. Uma tristeza constante que transborda por todos os poros da minha alma. Um sentimento que me obriga a mentir e fingir que nada sinto para não parecer desagradável aos olhos de quem me vê ou de quem convivo.
Por onde passo dou bom dia, boa tarde e boa noite, àqueles que me interessam, aos que pouco me interessam e aos que sequer faço questão.
Reconheço essa tristeza como fruto de uma agonia que pertuba a minha alma. Um sinal de que falta algo, falta ar, falta toque, falta chão. E ai, tento me concentrar na agonia do próximo, na falta de dentes, na dor, nos pés descalços, nos cabelos desgrenhados, no pão dormido. Engano-me pela compaixão a dor alheia.
Então trabalho, me concentro nos afazeres, nas obrigações, na criatividade, nas cores, nas pipas, nos sorrisos, nas conquistas, nas fotos, volto a trabalhar, trabalho, mais um pouco, um pouco mais, olho no relógio, faltam 15 pras seis e uff...
O dia esta chegando finalmente ao fim, mais um leão foi morto e de certa forma é um peso a menos. Mas a tristeza, essa dura e fria manta que deixa cinza o mundo cobre a minha cabeça, deixando pesados os meus olhos e os meus passos.
Pra não morrer, heroicamente vou em busca daquilo que me faz bem, que me conforta e me cobre de cores. Vou pra casa e deixo que teu sorriso pequeno me inunde, que teu abraço miúdo me conforte e que teu cheiro delicado me enalteça.
Descubro que és tu, aquilo que me faltava. Se la vi.
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