terça-feira, 25 de março de 2014

O povo não aguenta mais.


Se não fossem Susane, Amanda, Maria, João, José, Ribamar, os Franciscos, os Pedros, as Alices, os Jonathans e aqueles tantos outros que vão às urnas de 2 em 2 anos com direito/obrigação determinada por lei para escolherem seus representantes políticos, não teriam sentido os apelos, as promessas, os cartazes, as propagandas, os discursos e as festas das assinaturas de ordens de serviço de postulantes aos cargos públicos. Gente que não mede esforços para conquistar a confiança do cidadão.

Se não fossem as Marias, Margareths, Wesleys, Fortunatos, Antonios, Soraias, Cláudios e Cláudias se não fosse o povo - e é bom que isso fique bem claro - nada teria sentido; a cidade, a necessidade do transporte, da saúde, da educação, da segurança, da agricultura, da ciência, das políticas públicas e dos empregos com seus salários altos para nossos representantes, determinados em votações extraordinárias para não chamar tanta atenção.

Então, qual é o problema? Por que tanta burocracia? Por que tantas desculpas esfarrapadas - como uma reunião para marcar o dia em que, provavelmente, será  anunciado o dia da próxima reunião - para que a máquina administrativa cumpra de fato o seu papel?

Não há mais prazo. Os problemas estruturais de nossa cidade estão no limite. Os problemas do nosso Estado estão no limite. O Brasil, maior pais da América Latina, o mais rico de todos está em colapso. Não é preciso ser nenhum especialista para saber que o 'peixe' que vem sendo dado impede o povo de querer aprender a pescar. Não é culpa de 'A' de 'B ou 'C' e sim, de toda uma forma de governar o que é público ao longo das décadas, desde que o Brasil foi descoberto, desde que Antonio Vieira pregou seus sermões na Capela dos Navegantes, desde o Maranhão 66. 

É um hábito. Entram governos e saem governos e as melhorias são imperceptíveis. Pelo menos, aqui.

O povo não aguenta mais. Não é preciso que nenhum grupo político diga: -Vá! Estão todos à flor da pele de tanto esperar pelo ônibus que não vem, pelo trânsito engarrafado, pelo leito do hospital lotado, pela polícia, pela carteira da sala de aula e pelas estradas que raramente saem do papel.

Estamos encurralados - eu me sinto assim - e quando alguém abre a boca pra reclamar há sempre quem diga que houve manipulação, que é interesse político pra desestabilizar o governo, ou as campanhas dos que desejam se eleger .

- Como? Se é próprio governo que se desestabiliza? Sim, eu sei não é fácil. Mas, quando se candidata fica mais que subtendido que você dá conta do trabalho. Mãos à obra, então?!

Abaixo dois exemplos de protesto: Um espontâneo e o outro planejado.



                      Sexta-feira, 21, Susane Feitosa não aguentou mais o descaso das empresas de ônibus.



A professora alagoana Amanda Gurgel que em 2011 silenciou os Deputados e 
a Secretária de Educação de Alagoas.

2 comentários:

Josivaldo Corrêa. disse...


Cara Márcia.
Sem vê, a sua vertente política e formação acadêmica, me sinto contemplado neste post.
Sua abordagem além de inteligente é demais a pura realidade.
Percebe-se que você está do lado do povo. Esse mesmo povo que dar poder ao Estado, senão, esse estado, estaria fadado ao fracasso. Mas o povo na sua maioria ainda não politizado torna-se refém deste estado que oferece favores obrigatórios como se fossem agrados. Deveres constitucionais como se fossem benesses.
Fico seguro que suas contribuições conjunturais possam auxiliar na informação e formação e da opinião imparcial de nosso povo.
Sucesso. Seja bem vinda.
Grato.
Josivaldo Corrêa.

Márcia Carvalho disse...

Eu que agradeço o comentário. Seja sempre bem-vindo.