terça-feira, 1 de abril de 2014

Ao ser cidadão.

   No Maranhão  respira -se política. Da capital ao interior do estado, com mínimas exceções, é da política e dos políticos que esperam centenas de homens e mulheres o pão e o remédio de cada dia. É aqui que encontramos - não há orgulho nenhum em dizer isso - as cidades com os piores índices do país e as cadeias mais violentas.
   O Maranhão anda na contra mão, porque enquanto estradas são construídas com material ruim, escolas desabam por serem de taipa, de barro, por não ter água tratada, material para os alunos e cadeira pra sentar.
   As mesmas escolas que abrigam sonhos, ou acolhem a fome dos filhos daquelas que não tiveram direito às bolsas dos programa sociais, porque, talvez, algum político ou apadrinhado dele decidiu, apesar da lei, que o pobre que vive na roça não tem direito ao programa. Como se essas famílias que vivem abaixo da linha da pobreza soubessem sequer o que é certidão de nascimento, quanto mais programa social.
   Se você considera exagero não se assuste, mas no interior do nosso estado - falo dele porque é aqui que eu vivo e porque vi de perto essa triste realidade - existem centenas de pessoas sobrevivendo à margem do que chamamos de sociedade.
   No Maranhão, o mesmo estado onde centenas de homens e mulheres respiram política enquanto esperam a benevolência de quem foi escolhido para cumprir as obrigações -já que a política, em se papel deturpado, tem sido feita para imortalizar, manter, manobrar e iludir - negocia-se se deixa, ou não, o estado sem governo para concorrer a um novo cargo. Quem sai passa a bola para quem não concorreu à cadeira nas últimas eleições e a vontade do povo - esse mesmo que respira e depende de política pra viver - deixa de ter tanta importância.
   No Brasil, o caminho parece o mesmo. Pré-campanhas circulam nas mídias sem nenhuma novidade. E se você acredita que não existe solução para essa história, eu lhes digo que há:
- Nós somos a solução do lugar em que vivemos, porque política não deve ser apenas o ar que respiramos na expectativa de que algum escolhido resolva em 4 ou 8 anos o que ninguém de fato conseguiu fazer nas décadas anteriores.
   A política, de substantivo abstrato precisa se tornar concreta e materializar-se em escolas, saúde preventiva, infraestrutura e hospitais de qualidade;  policiamento ostensivo, ressocialização de apenados, saneamento, agricultura, ciclovias, transporte público e toda e qualquer ação que faça valer o sentido do seu nome muito bem definido pelos aristotélicos:
Política:  estudo de como se deve organizar uma pólis (cidade) para que todos os cidadãos possam alcançar, igualmente, a felicidade (eudaimonia).
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