quarta-feira, 5 de março de 2014

O que vi no carnaval.

As fantasias mais bonitas que eu encontrei na Rua do Passeio.
 Não sou ludovicense, sou mais uma apaixonada por esse lugar. Eu escolhi  viver aqui porque meu amor por São Luis foi à primeira vista e pra quem não acredita que é possível amar assim, sou a prova viva de que ele existe. Quem ama, também sofre e como tenho sofrido ao ver São Luís abandonada.
Mas, é no carnaval que deixamos a tristeza de lado. É o momento em que nos é permitido extravasar e ser alegre apesar de todos os absurdos que acontecem ao longo do ano. Afinal, como suportaríamos tantas regras e imposições? No carnaval, pelo menos durante 5 dias, todos são aparentemente iguais.
E foi isso que eu vi no carnaval de São Luís. Pessoas alegres brincando como se fossem crianças e vi fantasias exuberantes como as desses dois rapazes. Gente de todas as idades dançando pela Rua do Passeio sem o medo que, infelizmente, tem tirado a paz dos cidadãos maranhenses.

Ministro Gastão Vieira - Bloco dos Cubanos (Amigos do Agenor)
Vi nesse carnaval brasileiros abusando da criatividade para satirizar aquilo que no ano de 2013 eu considerei a pior ação do Governo Federal: 'O Mais Médicos'. Não há, para mim, nada que justifique a contratação dos cubanos nas condições que ferem o artigo 5° da Constituição: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Agora querem concertar, mas a atitude desesperada em ganhar votos passando por cima do óbvio, a falta de condições de trabalho para todos os profissionais de saúde com consequências graves para o nosso povo, deixou mais uma mancha na história da democracia brasileira.
Nesse carnaval vi a felicidade, mas também vi muita gente imprudente que sai de casa para estragar a alegria dos outros. Vi a Praça do Phanteon, patrimônio estadual, tomada por barracas, banheiros químicos e muita sujeira. Não seria nada demais, já que é carnaval, se a obra de revitalização iniciada em outubro tivesse sido entregue na data prevista. A praça estava protegida por tapumes para que a obra do município não sofresse nenhum dano. Mas, para a surpresa de todos a Prefeitura liberou o espaço para a festa do Estado que reuniu em média 55 mil pessoas por noite. Só duas perguntas: Por que fazer a festa na Deodoro se existem tantos outros espaços na cidade? Não seria contradição colocar em risco nosso patrimônio histórico?
Agora vamos nos preparar para os balanços da festa;  vamos saber quantos morreram nas estradas, quantos tiveram prejuízos, quantos namoros acabaram, quantos foram presos ou perderam suas vidas. Para os que cometeram excessos a curta manhã de hoje talvez não tenha sido suficiente para a recuperação. 
É... a quarta-feira de cinzas chegou, de um carnaval que acabou e de uma vida que continua.

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