terça-feira, 15 de abril de 2014

Depender de Plano de Saúde em São Luís é um desastre

Desprezo, banalização,comércio, desumanização, estas são as palavras que me vem à cabeça quando o assunto são os planos de saúde que 'funcionam' em São Luís, capital do Maranhão. Infelizmente, essa não é apenas a nossa realidade. No país inteiro encontramos exemplos de descaso com a saúde do brasileiro, na rede pública e na rede privada.


  O caos instaurado na capital com a falência do Plano Unimed ainda traz consequências inquietantes para quem depende desse tipo de assistência. A solução encontrada pela ANS, agência que regula os planos de saúde, foi a portabilidade. Cerca de 25 mil usuários  do serviço da Unimed/São Luís ganharam esse  prêmio de consolação  que deu a eles o direito de migrar sem carência para outros planos.


  Mas, para quais planos? Ouvi da própria representante da ANS no nordeste que o papel da agência era apenas o de regular e de impedir que planos que não atendem as resoluções do órgão comercializem seus produtos. "Se São Luís não pode contemplar todos os usuários do plano "falido" é um problema de mercado, a ANS não pode resolver isso". A resposta me deixou desolada. Nós maranhenses mais uma vez estávamos jogados à própria sorte.


  Como tudo é comércio, os planos de saúde que funcionam na capital iniciaram uma corrida voraz para captar os usuários da cooperativa falida. Quem pode pagar, o mínimo que seja, faz o plano porque sabe que não pode confiar na saúde publica. Resultado: O que era ruim ficou pior. 


  A dificuldade para marcar consulta aumentou, as opções de especialistas continuaram limitadas, o tempo de espera no consultório também aumentou e o tempo da consulta diminuiu. Um médico recebe por hora trabalhada, mas os planos por número de atendimento e é por isso que ao chegar no consultório você se depara com um média de 30 pessoas agendadas para uma manhã, ou tarde. Para o plano somos no final das contas, mero consumidores, nossa dor foi transformada em números e o serviço desumanizado.


  Minha experiência com o Hapvida é muito semelhante às experiências de outros usuários e posso enumerar vários exemplos, mas vou contar apenas o último: No dia 22/03/2014 fui até o único laboratório disponibilizado pelo valor do serviço pago por mim mensalmente,     fiz exames laboratoriais para uma pequena cirurgia marcada para o dia 17/04 e os exames que estavam previstos para receber no dia 26/03 - hemograma, lipdograma, fator Rh, tiragem sangüínea, coagulograma, etc - até o dia 11/04 não estavam prontos. 


 No dia 11, perdi uma manhã inteira no laboratório para receber os exames e ainda sai de lá com as mãos vazias. Perdi a consulta no cardiologista, precisei remarcar. Me irritei, me estressei e sofri. A sensação de impotência diante de tanto descaso é horrível.   O que está claro para mim sobre esta operadora é que se não falta serviço então, não existe preocupação em prestar bem esse serviço. 'Vá reclamar com a coordenação do Guarás - grupo que comercializa o plano - ' foi outra indicação da funcionária mal humorada.


  Pois bem, estou reclamando mais uma vez. Tive problema pra marcar consulta, pra ser atendida, durante os procedimentos, para fazer exames e para receber exames. Eu não sou a única e considero absurda a situação dos usuários de todos os planos de saúde da capital.

   É claro que vou ligar na ANS, mas pra que mesmo? Pra fazer a minha parte.




5 comentários:

Adriano Rodrigues disse...

Com um longo histórico médico, às vezes, experimento esse caos ao ir ao um laboratório ou a uma consulta, mesmo tendo atendimento preferencial, por ser deficiente auditivo.

Sou, há muito tempo, cliente da Cassi, supostadamente, considerado um dos melhores.

Toda vez que vou ao cardiologista, passo uma tarde td esperando atendimento.

Minha última experiência com atendimento num hospital foi na UDI.

Passei três dias lá sem ver nenhum médico num hospital enorme como ele. Só apareceu um médico pq eu me irritei e exigi atendimento. Veio um generalista. Não era um neurologista, que era o que eu precisava.

A “justificativa” era que a “Cassi não tinha ‘autorizado’ minha consulta com o neurologista”.

Pra me internar na UDI, foi rápido como um jato!

Isso prova que é o importa é comércio e não o bem estar de quem precisa de atendimento de saúde.

Se no nível privado com um plano como a Cassi e num hospital como a UDI é assim, imagine como é com outros planos e no setor público brasileiro.

Márcia Carvalho disse...

Acho essa situação muito triste! Obrigada pelo comentário.

Adriano Rodrigues disse...

Correção: supostamente

Euler Sauaia disse...

Otimo texto

Márcia Carvalho disse...

Obrigada Sauaia!