terça-feira, 29 de abril de 2014

São Luís e a dor de quem te ama.

São Luís cidade... 
Rua Portugal - Centro Histórico - São Luís - Ma
Falta-me ar para completar a frase que tão facilmente saia da minha boca. Da minha boca, do meu coração e dos versos que desavergonhadamente escancaravam, para quem quisesse ouvir, o meu amor por esse lugar. 

Amor pelo sons, pela beleza, pela tranqüilidade, pelo ar interiorano de uma capital que sempre inspirou os poetas e sempre me deu alegrias. Amor ferido pelo abandono, pelo descaso, pelo arrogância, pelo individualismo, pelo "não posso", pelo "não dá", pela burocracia, pelo desgoverno, pela falta de cidadania e pela insegurança.

Hoje, só hoje, gostaria de olhar para minha cidade e sentir o que eu sentia há dez anos quando andava pelo Centro Histórico; a tranqüilidade e o prazer de saber que eu podia  passear por aquelas ruas sem correr o risco de ser assaltada, sem me enojar com o lixo, sem perder horas a fio nas paradas de ônibus, sem me envergonhar com olhar indignado dos turistas que tropeçam nos buracos e se perdem sem informações em plena cidade turística, sem testemunhar a queda dos imponentes casarões. 

Dez anos se passaram e pouco foi feito. São Luís, a Athenas Maranhense, terra de Ferreira Gullar, está perdendo seus encantos. Nem mesmo as praias, nem o carnaval, nem o bumba meu boi são capazes de distrair a minha tristeza. 

E como não ficar triste? Como cantar versos sinceros de amor por uma cidade onde o asfalto não dura, a saúde não atende, a escola não funciona, o transporte não chega, o trânsito não flui e as promessas não se cumprem?

Eu queria recitar meus versos, mas, minha cidade e o meu Estado não cabem no poema.

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